quarta-feira, 10 de junho de 2015


CHRONICLE OF MY DEATH NEARLY

I found myself standing there at the door of my house funds, around five in the afternoon. It was clear as a summer day, when I realized that the water was rising very fast. Of course I was horrified because he was on the second floor and could not understand what was happening. The sea, however close he was, he was two blocks away and it was. Out of nowhere I felt a bump and plunged into the water, I closed my eyes for a moment. When I opened I found myself down and the sea was closing on me, with remnants of light and some branches of backyard trees falling.
Would die, that's the only certainty he had.
When I opened my eyes again I was somewhere with tall grass, few trees and huge. My clothes were wet and I felt that someone was watching me, but saw no one. To get up, I also saw a lake and a house in the distance, but did not remember how I got there. I took a few steps and saw near the house there were people running, then I bent down, picked up my knife waist and crawled they did not see me. I had agility, my boots were soaked and hindered me. A hot bath was just what I wanted. When I hid behind a bush, I heard a noise, and around to see what it was, I felt a pain in my head and everything went out again.
Upon waking up lying on a bed in a room virtually empty. I was in dry clothes, but they were not mine. I felt weak, my head ached and went back to sleep.
I woke up again, only now heard voices. I sat up in bed and saw that there was a window in the room overlooking the field. Maybe I should run away. I got up and walked unsteadily to the door, but to turn the knob, nothing was locked. I went back to bed and slept some more.
Upon awakening, I went to the door and realized that the key was in the lock from the outside. I looked for a paper on the nightstand and put under the door; with my hairclip prodded until the key fall. It was when I opened and I came across a long corridor. I walked on tiptoe and stopped in front of a closed door, where two people talking. A man and a woman. Suddenly the conversation stopped, opened the door and I stepped back. The woman came to me and said that I must be lying because the blow was very strong. I asked who hit me, but she did not answer. This the man returned with a cup and went to her, she gave me. Then they locked the room saying it was for my good because there was a madman on the loose.

The cup, thirst, thirsty, sleepy, very sleepy. When you open your eyes feel wet again and being pulled. I sit in the boat, and the old man tells me that it was my luck to have a fisherman there, since the dam had burst. I recompose and want to know more about what happened, but I feel so weak, sleepy, very sleepy ...


CRÔNICA DE MINHA QUASE MORTE

Eu me vi ali em pé, na porta dos fundos de minha casa, por volta das cinco da tarde. Estava bem claro como um dia de verão, quando percebi que a água subia muito rápido. É claro que fiquei horrorizada porque estava no segundo andar e não conseguia  entender o que estava acontecendo. O  mar, por mais perto que estivesse, estava a duas quadras e isso era longe. Do nada senti um solavanco e mergulhei na água, fechei os olhos por alguns instantes. Quando abri me vi descendo e o mar se fechando em cima de mim, com resquícios de luz e alguns galhos das árvores do quintal caindo.
Iria morrer, essa é a única certeza que tinha.
Quando abri os olhos novamente estava em algum lugar com mato alto, poucas árvores e enormes. Minhas roupas estavam molhadas e eu sentia que alguém me olhava, mas não via ninguém. Ao me levantar, vi também um lago e uma casa ao longe, mas  não lembrava como cheguei até ali. Dei alguns passos e vi que perto da casa havia pessoas correndo, então me abaixei, peguei minha faca da cintura e rastejei para que não me vissem. Não tinha agilidade, minhas botas estavam encharcadas e me atrapalhavam. Um banho quente era só o que eu queria. Quando me escondi atrás de uma moita, ouvi um barulho e, ao virar para ver o que era, senti uma dor na cabeça e tudo apagou novamente.
Ao acordar estava deitada numa cama em um quarto praticamente vazio. Estava com roupas secas, mas não eram as minhas. Eu me sentia fraca, minha cabeça doía e voltei a dormir.
Acordei novamente, só que agora ouvia vozes. Sentei na cama e vi que havia uma janela no quarto que dava para o campo. Talvez eu devesse fugir. Levantei e fui cambaleante até a porta,  mas, ao girar a maçaneta, nada, estava trancada. Voltei para cama e dormi mais um pouco.
Ao despertar, fui até a porta e percebi que a chave estava na fechadura pelo lado de fora. Procurei um papel no criado-mudo e coloquei embaixo da porta;  com meu prendedor de cabelo cutuquei até que a chave caísse. Foi quando abri e me deparei com um corredor extenso. Andei na ponta do pé e parei frente a uma porta fechada, onde duas pessoas conversavam. Um homem e uma mulher. De repente a conversa parou, abriram a porta e eu dei um passo para trás. A mulher veio na minha direção e disse que eu devia estar deitada, pois a pancada foi muito forte.  Eu perguntei quem me atingiu, mas ela não respondeu. Nisso o homem voltou com um copo e passou a ela,  que me deu. Então eles trancaram o quarto dizendo que era para o meu bem, pois havia um maluco à solta.
O copo, sede, muita sede, sono, muito sono. Ao abrir os olhos me sinto molhada de novo e sendo puxada. Sento no barco, e o velhinho me diz que era sorte minha ter um pescador por ali, já que a represa tinha estourado. Eu me recomponho e quero saber mais sobre o acontecido, mas me sinto tão fraca, sono, muito sono...
                                        




O FOGÃO E O FIM DO MUNDO

Meu sobrinho me perguntou se o fogão da vó era velho ou novo e, sem entender, perguntei o porquê da pergunta. Então ele me disse que ele parece mais ou menos novo,  mas marca ano 2000. Hoje tudo se torna obsoleto tão rápido, afinal troca-se de celular e TV tantas vezes, não?
Foi aí que me lembrei de quando entrei na loja para comprar aquele fogão todo de inox. Estava convencendo meu pai que seria o mais indicado no momento, quando uma mulher ficou horrorizada pela minha escolha.
Ficamos parados ali, olhando pra mulher. Afinal de contas o que ela tinha a ver com isso? Por mais que eu converse com estranhos, um conselho assim do nada? Quem iria me ajudar a pagar era meu irmão, afinal já estávamos trabalhando e podíamos começar a ajudar nossos pais. Isso era motivo de orgulho. Meu pai e meu irmão foram atendidos pelo vendedor e logo em seguida ela me disse:
_ Você tá maluca de comprar esse fogão Tal 2001?
_ Ahn? Mas é uma boa promoção e dão garantia até 2001.
_ Isso é um absurdo, veja só o que essa garota quer comprar?
Não contente em me indagar,  ela ainda comentava com alguém que devia ser seu marido. O mesmo deu de ombros e torceu a boca num gesto condenatório.
Eu perguntei para o meu pai se ele tinha ouvido e ele mandou eu ficar quieta, mas como ficar quieta diante daquele estardalhaço todo? E meu irmão,  que entrava mudo nos lugares e saía calado, ficou me olhando sem ter o que dizer. Foi aí que eu falei:
_ Moça,  por que é um absurdo comprar esse fogão?  Ele dá problema,  porque é de inox? Faz mal pra saúde?
_ Saúde? Não! Agora,  pra que você vai comprar um fogão que você não vai precisar?
_ Mas na minha casa são oito, às vezes doze pessoas ( pensei que era pelo tamanho).
_ Não,  menina, o mundo vai acabar no ano 2000. Você não tá sabendo? Seu pai não te dá educação religiosa, você não lê jornal?
_ Ahhh! É isso!
_ Você acha pouco?
_ Taaá, obrigada!
Disse isso e voltei a falar com meu pai, que especulava preço. E deixei-a indignada por não dar ouvidos.  Afinal, diante de tanta convicção fazer o quê?
Hoje 20 anos depois o fogão ainda funciona, inclusive o forno. E cheguei à conclusão que ele está velho,  mas deve aguentar mais que eu. E o final do mundo?
_ Ah! Deixa pra lá!
                              Rosa Soahres

ABAIXOU A CORTINA
E O QUE VEJO DAQUI EM DIANTE
ESTA CADA VEZ MAIS DISTANTE
DO APLAUSO E DA ALEGRIA
DO PRANTO E DA EUFORIA
ABAIXOU A CORTINA
AS LUZES QUE VEJO SÃO UM HALO
JÁ NÃO SÃO MAIS MEU BALUARTE
NÃO PÕE MAIS MEU NARIZ NA ARTE
DO CORTEJO QUE ESTÁ NO CLARO
ABAIXOU A CORTINA
ME DISTANCIEI DA COXIA E DO CENÁRIO
E O ALÉM JÁ NÃO ME PERTENCE MAIS
NINGUEM OUVE MAIS MEUS AIS
NEM UM CANÁRIO ME VERIA.
SIM, ABAIXOU A CORTINA
E EU LÁ NÃO MAIS ESTOU
QUEM SABE PRA ONDE VOU?
E O QUE DE MIM SOBROU, SE
SEM O PROSCÊNIO, NADA SOU.
                                                          
Lowered CURTAIN

AND WHAT I SEE HERE ONWARDS
THIS INCREASINGLY DISTANT
CLAP AND JOY
Weeping AND EUPHORIA
Lowered CURTAIN
THE LIGHTS ARE WHAT I SEE A HALO
NO LONGER ARE MORE MY BASTION
NOT PUT MORE MY NOSE IN ART
PROCESSION OF STANDING IN LIGHT
Lowered CURTAIN
ME distanced the aisle AND SCENERY
AND NO LONGER THAN MINE MORE
NOBODY HEARS MORE MY AIS
NEITHER A CANARY ME VERIA.
Yes, down CURTAIN
AND I'M THERE MORE
PRA WHO KNOWS WHERE TO GO?
AND THAT I left, SE

WITHOUT proscenium, NOTHING AM.

domingo, 7 de junho de 2015

   
 COMO PODE UM PEIXE

Como pode um peixe vivo, viver fora d’água fria?
Como poderei viver sem a tua companhia?
Não, não é brincadeira! É a mais pura verdade.
Sinto sua falta, a cada filme, a cada fragancia que sinto. 
Desde a calda de pêssego ao almoço de domingo. 
E por falar em filme, o de ontem me deixou muito pensativa.
Penso como seria se o tempo fosse outro
Se pudéssemos distanciar nossos compromissos
Se tivéssemos tomado outro rumo.

Quando será que te vejo novamente?  
Quando teu corpo encontrará o meu? 
E a tua voz que me inebria?
Dizem que saudade é uma palavra triste
Muitas vezes ela me corta profundamente.
Tadinho dos peixes... será que sentem saudade?
Ou será que a menor lembrança
Pegam a primeira onda e se lançam mar adentro?
O mar sempre me traz lembranças suas. 
Os dias que passamos lá na praia foram inesquecíveis. 
Um dia voltaremos, com certeza. 
Mas até lá, queria ser um peixe.

HOW CAN A FISH

How can a live fish, live out of cold water?
How can I live without your company?
No, no joke! It's the truth.
I miss you, every movie, every fragrance I feel.
Since the peach syrup to Sunday lunch.
And speaking of film, yesterday made me very thoughtful.
I think it would be as if time were other
If we could distance our commitments
If we had taken a different turn.

When will I see you again?
When your body find mine?
And your voice that intoxicates me?
They say that nostalgia is a sad word
Often it cuts me deeply.
Tadinho fish ... will feel nostalgia?
Or is the smallest memory
Take the first wave and throw themselves into the sea?
The sea always brings me memories.
The days we spent there on the beach were unforgettable.
One day we will return for sure.

But until then, I wanted to be a fish.

                                                         
           Minha Terra tem uma...

Minha terra não é mais como antes
Não tem mais a mesma graça
Não encontro mais as pessoas
E as que vejo, porque só as vejo
Não as reconheço mais
As brincadeiras se foram
As esperanças também
E pela razão que saí, voltei
E tornei à sair
E cada vez torna-se mais forte
A esperança de achar algo
Que complete a falta
Do que lá não encontrava
Minha terra já não tem mais
O mesmo brilho
Embora cada vez fique mais linda
Já não vejo a tia ao piano
Meu cachorro se foi faz tempo
E os que ainda tem saudade de mim
Sei que na maioria das vezes
Já me esqueceram
Mas, minha terra tem uma coisa
Que as outras terras não tem
Escondida em meu peito

É uma dor, que vai e vem.

My Earth has a ...

My land is no longer as before
No longer does the same grace
I find most people
And I see, because I see only
I do not recognize more
The games are gone
Hopes also
And the reason I left, I returned
And I became the go
And increasingly becomes stronger
I hope to find something
That complete lack
Than there not found
My land has no more
The same brightness
Although increasingly become more beautiful
I have not seen her aunt the piano
My dog was gone a long time
And those who still misses me
I know that most of the time
They have forgotten me
But my country has a thing
The other lands have not
Hidden in my chest


It is a pain that comes and goes.

                                        

EU NÃO TENHO CULPA

Se nasci numa época em que as pessoas
Já tem conceitos formados 
Sobre o que é certo ou errado
Se já excluíram o domínio religioso
Já fizeram suas poesias satânicas
E também seus quadros de nus
E até tem lugares para assim ficar
Uma ode ao que pensam ser
Liberdade de ser e de parecer
Se eu nasci e ninguém me avisou
De tudo que aí está
E se tudo que posso falar
É porque brigaram e nem sempre erraram
Agora tudo é efêmero com tanto esmero
E pra onde vai nossa Eternidade?
Com tanta crueldade?
Nosso raciocínio de ganho imediato
De acúmulo pra gastar no ato
Eu até queria uma vida tátil

Mas tudo, se tornou volátil.
                                       Rosa Soahres